terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sobre se sentir viva...



Na tão serena madrugada, sentindo o silêncio soprar-me nos ouvidos, tento me lembrar como é me sentir viva. Era um bom sentimento, não era? Se não fosse eu não teria tanta ansiedade por isso, não é? Minha alma não estaria berrando, clamando por um pouco de vida, estaria? E esse sentimento de deslocamento, por que está tão gritante agora? Mais do que o normal, sinto-me perdida, sinto que não pertenço a lugar algum e a minha necessidade/vontade por liberdade está explodindo em meu peito. Cada vez mais quero fugir destes lugares aos quais não pertenço, desses círculos de amizade/família/faculdade em que não sinto que faço parte, dessas linhas de pensamentos que não coincidem com a minha e dessa vida em que em nada me encaixo. Agora mais do que nunca queria poder meter o pé na estrada, seguir por qualquer caminho, cair nos braços do mundo e ser acolhida por ele. Sair por ai conhecendo cada canto do mundo, me banhar em todos os rios (lagos, cachoeiras) que encontrar, apreciar as estrelas todas as noites, sentir o vento, a chuva, o sol batendo na cara, correndo de todas as falsas promessas, das energias ruins, das pessoas más e de uma sociedade doente atormentada pelo mal que causa a si mesma. É a certeza mais absoluta, o desejo mais real que tenho, é a única coisa que nunca muda com o tempo. Espero com todas as minhas forças pelo dia em que isso irá acontecer, e quando chegar o momento, sei que finalmente experimentarei da liberdade completa que me inspira. 

{Vanessa Cristina Martins}

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