Na tão serena madrugada, sentindo o silêncio soprar-me nos
ouvidos, tento me lembrar como é me sentir viva. Era um bom sentimento, não
era? Se não fosse eu não teria tanta ansiedade por isso, não é? Minha alma não
estaria berrando, clamando por um pouco de vida, estaria? E esse sentimento de
deslocamento, por que está tão gritante agora? Mais do que o normal, sinto-me
perdida, sinto que não pertenço a lugar algum e a minha necessidade/vontade por
liberdade está explodindo em meu peito. Cada vez mais quero fugir destes
lugares aos quais não pertenço, desses círculos de amizade/família/faculdade em
que não sinto que faço parte, dessas linhas de pensamentos que não coincidem
com a minha e dessa vida em que em nada me encaixo. Agora mais do que nunca
queria poder meter o pé na estrada, seguir por qualquer caminho, cair nos
braços do mundo e ser acolhida por ele. Sair por ai conhecendo cada canto do
mundo, me banhar em todos os rios (lagos, cachoeiras) que encontrar, apreciar
as estrelas todas as noites, sentir o vento, a chuva, o sol batendo na cara,
correndo de todas as falsas promessas, das energias ruins, das pessoas más e de
uma sociedade doente atormentada pelo mal que causa a si mesma. É a certeza
mais absoluta, o desejo mais real que tenho, é a única coisa que nunca muda com
o tempo. Espero com todas as minhas forças pelo dia em que isso irá acontecer,
e quando chegar o momento, sei que finalmente experimentarei da liberdade
completa que me inspira.
{Vanessa Cristina Martins}
Nenhum comentário:
Postar um comentário