domingo, 5 de janeiro de 2014

Já é passado das 5 e eu ainda estou aqui. Meus pensamentos afastam o sono que tanto desejo. Queria conseguir explicar tudo que passa na minha mente. Através de flash-backs, recordo tantos rostos, palavras, gestos e sentimentos que já fizeram parte de mim. Sinto que perdi tudo, ou que estão enterrados tão à fundo dentro de mim que é impossível encontrá-los. 
Gostaria de fugir, de casa, dessa cidade, das pessoas, dos deveres e da monotonia. Mas no fundo, tudo o que realmente desejo, é fugir de mim mesma, da pessoa amarga que me tornei, do poço em que caí tão profunda e ligeiramente. 
Queria encontrar um lugar que me fizesse sentir que realmente pertenço à ele, com pessoas que realmente me fizessem sentir algo bom e que perdurasse, um lugar que me fizesse querer ficar. Onde não precisasse me esconder pra não mostrar toda a tristeza, pois ela não existiria nele. Onde não tivesse que dizer não ou inventar alguma desculpa quando me convidassem pra sair, apenas pra ficar trancada no quarto sozinha. Um lugar onde eu conseguisse viver. 
Vejo o modo como as pessoas têm facilidade de se adaptarem, como elas encontram algo bom à que se prender, como elas amam e sorriam com tanta facilidade. As invejo muito por isso. Tudo que faço é afastar as pessoas, como se tivesse medo de afetá-las com essa porra que ocorre dentro de mim. Não convido pra entrar e não ofereço cortesias, por querer evitar que alguém deseje ficar. E por que isso? Por que não querer que alguém me salve de mim mesma? Não sei. Eu nunca sei. 
Às vezes me pergunto como isso aconteceu, embora eu talvez saiba a resposta, ela parece não ser a que responde à pergunta. Sem sentido. De repente tudo o que penso parece não ter sentido, eu pareço não fazer sentido, estou fora de sintonia. Onde está o botão de regular? Pane. É isso o que ocorre quando chego perto de resolver meu problema (se é que tem solução). Empaco, e começo a matutar tudo novamente, incansavelmente, pois anseio muito por acabar com toda melancolia, por passar essa fase. 
Felicidade...Ser feliz é tão simples, pois precisa-se de apenas tão pouco. E tem alguns dias que até acordo com ela dentro de mim, mas logo quando chega a noite, ela já parece tão distante. Está do meu lado, mas não consigo alcançar, assim como tantas outras coisas...


{Vanessa Cristina Martins}



E agora eu vejo, meu erro mais frequente é que não sei o que amo até que eu tenha perdido...
É tarde demais para voltar, eu deixo a escuridão escoar através das rachaduras.

2 comentários:

  1. Sempre haverá momentos que nos sentiremos assim, sei lá, é essa coisa de ser humano e ter duvidas. Queremos fugir, queremos outro lugar, outra vida, mas mesmo que isso pareça clichê quem mais pode dar um up nos nossos dias do que nós mesmos? As vezes é um porre, ah como eu sei disso, mas vale a pena continuar indo em frente porque sempre tem aquele dia, aquele momento, aquela surpresa, que faz tudo valer a pena! São os momentos, eles constituem um todo, eles nos transformam!
    Bom final de semana!

    O MEU LADO DA HISTÓRIA
    http://natifriend.blogspot.com.br/

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  2. É, momentos como esses antecedem grandes mudanças, por mais que seja um porre, são necessários, e de certa forma sei que não sou a única que passa por isso.

    Ótimo final de semana ;)

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