domingo, 8 de julho de 2012

E aquela velha infância permanece apenas em meu passado. O gosto de ser criança ficou nas fotografias guardadas em um baú velho e empoeirado. Quando eu ia para a casa de minhas amigas para brincarmos de bonecas. Eu lembro de brincar com minha barbie e outro boneco que fazia o par romântico, os dois eram apaixonados um pelo outro e não havia sofrimento e muito menos corações partidos. Era um conto de fadas as brincadeiras, as histórias de princesas não passavam de uma ilusão. Agora eu percebi que depois de ser criança nós entendemos o mundo em nossa volta, percebi que ser criança também é um conto de fadas. Não se pode machucar um coração como se arranhasse o joelho. Não é passar merthiolate que irá sarar. As cicatrizes no peito é permanente e te fazem lembrar das quedas do próprio coração. Eu sinto falta de um tempo que minha preocupação era apenas como o horário de meu desenho favorito ou de brincar com minhas amigas na calçada de pega-pega ou amarelinha. Sinto falta de ir ao zoológico com meus pais e se lambuzar com sorvete de chocolate. Isso parece tão bobo, mas que hoje me faz tanta falta. Aprendi que gosto de angústia não sai colocando um pirulito na boca ou que medo passa depois de um tempo agarrada ai pai. Frio na barriga eu apenas sentia quando ia na roda gigante. Quando que o que mais queria era somente pedir ao papai noel e o presente seria posto embaixo da árvore de natal. Hoje eu pediria ao papai noel minha velha infância de novo, mas acabei descobrindo que papai noel não existe. Que lástima, chore criança nos ombros de tua avó. Ela já sabia da verdade, só não queria te entristecer. Criança que agora sabe de sua farsa, está aos prantos, tudo não passou de uma ilusão doce com gosto de infância. Cansei de ter que bancar uma pessoa responsável ou chorar calada sem pedir para minha mãe um sopro na ferida da alma. Eu estou derrotada por dentro, estou matando essa criança que mora em mim. Sinto propicia a mergulhar no passado, me afogar dentro de uma criança que ainda tem gosto de viver. Estranho era quando eu criança queria logo crescer e me tornar uma pessoa madura e responsável, que loucura a minha! Esqueça, o tempo foi mal comigo e decidiu passar sob meus olhos amedrontados. Eu não tenho mais medo de escuro, tenho medo de mim quando há meu reflexo no espelho e vejo que me tornei uma invisível. Não me culpo, só cansei disso tudo, eu só queria me reencontrar.

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