terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

O rosto me observando através do reflexo da janela já não me é estranho. A cama bagunçada e o lençol manchado de vinho são um ninho aconchegante que suportam agora a leveza da minha bagunça.
Os nós que antes me atavam agora desenham os passos pelo caminho que eu escolhi seguir.
Não posso deixar que me convenças que perdi a forma de amar ou que eu sinto demasiado estranho.
Eu amo e vivo nos detalhes que teus olhos não moram. Eu vejo a beleza no lado negro da lua e ai da vida um dia não mais vê-la. Teus olhos ao menos um dia a notaram? 
A poesia e as palavras, numa prosa, transcorrem minhas veias, com o sentimento que você um dia tanto julgou. Eu me conheci e agora reconheci. Não tem sido fácil crescer quando te roubam o espaço que é seu, mas eu me faço caber e me refaço. Mas só pra mostrar pra você e pro mundo que estou aqui, eu mulher lutando pra me manter longe do que você impõe que é certo. Eu assumo as consequências de ser como sou, mas não deixo de gritar como elas são injustas. Não justas tentam me diminuir, mas por cima delas eu fico maior e não falo sobre tamanho. Falo sobre sentir e aceitar e crescer e querer abraçar o mundo todo, me livrando do mal de julgar e me fechar as coisas lindas que o vento traz. Eu vivo e sobrevivo a todas as estações, quando chovo aqui dentro agora sei que é pra que a primavera possa dar lar às borboletas que a muito eu sufoquei. Eu sinto e amo e respiro. Eu acendo e apago, eu vivo e morro a cada dia e floresço a cada sentir.  Eu aceito teus espinhos e te amo pra que um dia você possa me amar da mesma forma.

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