sábado, 7 de dezembro de 2013

Não há tristezas e melancolias, nem desejos e vontades. Não há certezas, nem dúvidas. Nada grita, nada desagrada, não há desconforto. Fomos exatos e imperfeitos. Fomos muito mais que próximos. Ou nem chegamos perto. Fomos além das profundidades que superficializavam nossas incandescências. Fomos tanto, fomos tantos em tão pouco tempo. Fomos mais que instantes, fomos muito mais que amantes. Fomos amor! E se nem a brisa colore, quem somos pra julgar as nossas intempestividades? Erguemos tantos muros rabiscados pelo medo de entrar no medo de sair do medo. Nos aproximamos tanto pela tristeza encomendada que nos resumimos a encontros subcutâneos. E não é que estejamos formalmente terminados. Mas um tempo de nós acabou. Nesse fim que não tem voz, não mareja os olhos. Nesse fim que não nos impulsiona a fazer absolutamente nada. Então fiquemos por aqui. Impossível nos apagar da parede frontal da memória ou continuar tateando no escuro em busca de respostas. Você errou nos passos que te levaram a outros caminhos. Eu errei nos espaços que me fizeram procurar por novos rumos. Não se culpa, não me culpa, a gente não tem culpa. Fomos tanto, fomos tantos em tão pouco tempo… A vida nunca nos pretendeu eternos. Saber a hora de renunciar nunca foi abster-se. Querer parar nunca foi abrir mão. Não desistimos de nós - desatamos, apenas.

{Michael Letto}

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