“Ei, você, que se diz tão profundo, quando foi a ultima vez que disse aos seus pais que os amava? Ei, você, que quer conhecer o mundo: Você nem conhece o mundo que é. Ei, você, que diz odiar o amor: você odeia não ter o recebido ou não o saber dar. Ei, você, que prega a igualdade social, porque o olhar de desprezo ao maltrapilho? Ei, você, que só reclama de como a vida é uma merda, e como as pessoas são rasas, aproxime-se delas. Ei, você, que só sabe dizer que se afasta pra se proteger, se protege de quê? Enfiaram na sua cabeça a tristeza. Você engole tudo que te dão. Você concorda com tudo que seu escritor favorito diz. Você tropeça na dor, porque acha que a solidão se cura com o amor dos outros, quando o único amor que te tira desse buraco, você quem pode se dar. Se mima, faz cafuné em você. A vida é ruim pra quem é tolo o bastante pra achar que os outros são rasos, e não vale a pena conhecê-los. Ei, você, que só chora, só sangra, só lamenta, a vida vai muito além. Vá em frente. Vai, enfrente.”

{A menina e o violão}