quarta-feira, 23 de outubro de 2013

  O quarto está imerso na obscuridade; a sua alma está vazia e triste; todo um reino de quimeras se desmoronou em seu redor, se desmoronou sem deixar rasto, sem ruído nem tumulto, passando como um sonho, e ele nem sequer se recordou de ter acalentado essas quimeras. Porém, uma espécie de obscura sensação, que magoou levemente o seu peito, uma espécie de novo desejo seduz, estimula e irrita a sua imaginação e suscita furtivamente um exército de novos fantasmas. No exíguo quarto reina o silêncio; a solidão e a ociosidade acariciam-lhe a imaginação e ela lentamente vai se inflamando e, lentamente, atinge o estado de ebulição.


{Dostoievski}

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