sábado, 27 de julho de 2013

Escuto o galo cantando a 1:19 da madrugada e lembro que o mundo está de cabeça para baixo. Ninguém mais sabe a hora certa de dormir, de acordar, quem e como amar. 
Eu sinto o cheiro de café recém-preparado enquanto meus olhos pesam com o sono que eu esqueci e guardei na gaveta do meu criado-mudo. 
Eu não quero dormir, não quero mais tentar deixar o mundo como era antes, porque, apesar dos meus esforços, isso é impossível. Pelo menos pra mim. 
Eu queria estar ouvindo Raul, lendo e comendo um doce de goiaba, mas não. Eu não consigo. 
Minha TV está ligada em um canal que nem sei o nome direito com um programa estranho. 
Meu melhor amigo está do meu lado e eu estou meio sonâmbulo. 
Por enquanto tudo está bem, acho que eu posso fazer com que as circunstâncias atuais me deixem feliz até o amanhã. Esse amanhã que demora, um amanhã que eu não quero ver. 
Eu escrevo esse texto me lembrando das coisas que se passaram e desse tal amanhã que talvez venha, as palavras vêm aleatoriamente à minha cabeça. Eu nem sei se elas fazem algum sentido quando dispostas assim, uma do lado da outra em um texto amador como esse. Tanto faz. 
Talvez eu esteja em estado de procrastinação de mim mesmo. 
Porque eu me adio e me esqueço do que venho fazer e/ou sentir. Mas agora não importa, porque agora, a única coisa que eu quero fazer é me sentir nos bocados que me restam e, quem sabe, dormir.


{Filipe Ramalheiro, com alterações}

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