sábado, 4 de agosto de 2012

Do que é que você tem medo?” Me deparei com essa frase tantas vezes na vida, mas nunca soube responde-la com convicção. As palavras que me apareciam eram escuro, altura, cobra, diretora e certas coisas que toda criança teme. Na verdade, eu até tinha uma ideia do que realmente seria, mas achava besteira de minha parte e sempre deixava a suposição de lado. Os tempos passaram, eu vivi muitas aventuras, passei por maus bocados e aprendi um monte de lições com meus erros. Foi a partir daí que deixei aquela suposta resposta sair de mim sem mais rodeios. Pessoas. É, eu tenho medo de gente.Engraçado? Não, nem um pouco. São as pessoas que fabricam a maioria das coisas que nos dá medo, que nos deixa desanimados, ofuscados pela tristeza e isolamento, principalmente aquela tal de rotulação. E não venha me dizer que você nunca foi rotulado, porque eu lhe digo que isso é algo impossível. Todo mundo já sofreu com algum tipo de preconceito, tenha sido ele por querer ou não. As pessoas acham que quando estamos com um sorriso no rosto, estamos felizes. Que quando temos algum problema na escola, somos delinquentes, mau educados ou trombadinhas. Acham que toda menina que chora é emo, que todo menino que pratica esporte é burro, que toda garota quieta e de óculos e nerd… As coisas não são bem assim, mas você tem que bancar o forte e simplesmente ignorá-las. Chateio-me ao lembrar de minha infância, fui bem tola ao deixar inúmeras possibilidades de apreciá-la um pouco mais.Meus medos eram coisas simples e na maioria das vezes faziam parte da minha rotina. Porém, eu cresci e hoje, não tenho mais medo do bicho-papão e nem de fantasmas, afinal como já disse, os verdadeiros monstros sempre estiveram à minha volta e infelizmente nunca fui capaz de enxergar tal realidade, que hoje tanto me atormenta. Como toda criança, sonhei com aquelas duas fases, que de longe parecem prazerosas e distantes de qualquer tormento, nem preciso dizer quais são, na certa todos sabem. Confesso, pensei que a vida seria mais fácil, acreditei que as pessoas não seriam capazes de ferir os sentimentos alheios e nunca imaginei que um dia alguém choraria por tanta tristeza. Com certeza, tudo vai permanecer assim, e as palavrinhas bonitas que pertenciam aos nossos dicionários, simplesmente vão desaparecer, dando lugar a outras novas palavras, de significados nada agradáveis. Estou farta dessa vida cheia de impossibilidades e incertezas. Todos parecem concordar com essa mania fixa de “empurrar as coisas com a barriga”, mania essa, que só tem nos afastado dos princípios básicos, que aprendemos com nossos pais quando ainda somos os pequenos seguidores desse complicado universo, que se baseia e se unifica em uma só palavra, sociedade..

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